Sayyid Qutb, nome incontornável para quem pretende conhecer os fundamentos do islamismo, foi o ideólogo da Irmandade Muçulmana, organização multinacional que subjaz a quase todos os grupos terroristas islâmicos (o nº 2 da Al Qaeda saíu dos seus quadros e foi esta organização que matou Sadat, por exemplo).
As suas ideias anti-ocidentais estão na ordem do dia, não só nos países sunitas, mas também na diáspora muçulmana nos países ocidentais.
Qutb encarava a Civilização Ocidental, como um inimigo monolítico, independentemente do aparente antagonismo entre as diferentes visões ideológicas.
Em plena Guerra-Fria, Qutb colocava sem qualquer problema o socialismo comunista e a democracia capitalista liberal no mesmo barco:
“Não nos devemos deixar iludir pela aparentemente dura e amarga luta entre os campos oriental e ocidental. São apenas filosofias materialistas da vida e [...] não há diferença entre os seus princípios […]. A verdadeira luta é entre o Islão, por um lado, e […] a força da filosofia materialista professada igualmente pela Europa, América e Rússia “
(Sayyid Qutb, Social Justice in Islam, Nova Iorque, Islamic Publications International, 2000,)
Sendo a Civilização Ocidental, essencialmente o sucedâneo da chamada “Cristandade”, Qutb descreve a incapacidade do Cristianismo para inverter o materialismo da Europa, da América e da Rússia, tarefa para a qual, na sua opinião, só o Islão estaria à altura por ser uma religião superior:
“ [O] Cristianismo […] é uma fé individualista, isolacionista e negativa. [...] é incapaz, excepto pela intriga, de competir com os sistemas económicos e sociais que se estão a desenvolver, pois não tem nenhuma filosofia essencial do presente, da vida prática. Por outro lado, o Islão é perfeitamente praticável em si próprio; tem crenças, leis, e um sistema social e económico que está sob controlo da consciência e da lei [...] e oferece à humanidade uma teoria perfeitamente abrangente do universo, da vida, da humanidade, uma teoria que satisfaz as necessidades intelectuais do homem” .
A vocação totalizante da Sharia e da fé islâmica, a estreita simbiose entre a vida, a politica e a religião, é vista por Qutb como algo muito positivo e demonstrativo da superioridade islâmica face a outras teorias religiosas e ao secularismo.
A separação entre César e Deus, que o Ocidente decantou a ferro e fogo no seguimento do Tratado de Westefalia, e que está no cerne da nossa organização política, jurídica e social,e da maneira como vemos o mundo, é rejeitada liminarmente pelo islamismo e considerada um handicap face à “superioridade” da visão politico-religiosa do Islão.
É aliás esta ideia que permite entender a indisfarçada simpatia com que determinados indivíduos e grupos religiosos no Ocidente, encaram o islamismo. No fundo sentem-no como aliado na luta cósmica contra o secularismo e o materialismo.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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2 comentários:
Caro Lidador
Transcrevo aqui um discurso de John Howard com o qual concordo e que vai deixar a récua aos pinotes.
"Howard angered some Australian Muslims on Wednesday by saying he supported spy agencies monitoring the nation's mosques
Quote: "IMMIGRANTS, NOT AUSTRALIANS, MUST ADAPT. Take It Or Leave It.
I am tired of this nation worrying about whether we are offending some individual or their culture. Since the terrorist attacks on Bali, we have experienced a surge in patriotism by the majority of Australians."
"However, the dust from the attacks had barely settled when the 'politically correct' crowd began complaining about the possibility that our patriotism was offending others. I am not against immigration, nor do I hold a grudge against anyone who is seeking a better life by coming to Australia."
"However, there are a few things that those who have recently com to our country, and apparently some born here, need to understand." "This idea of Australia being a multicultural community has served only to dilute our sovereignty and our national identity. As Australians, we have our own culture, our own society, our own language and our own lifestyle."
"This culture has been developed over two centuries of struggles, trials and victories by millions of men and women who have sought freedom"
"We speak mainly ENGLISH, not Spanish, Lebanese, Arabic, Chinese, Japanese, Russian, or any other language. Therefore, if you wish to become part of our society, Learn the language!"
"Most Australians believe in God. This is not some Christian, right; wing, political push, but a fact, because Christian men and women, on Christian principles, founded this nation, and this is clearly documented. It is certainly appropriate to display it on the walls of our schools. If God offends you, then I suggest you consider another part of the world as your new home, because God is part of our culture."
"We will accept your beliefs, and will not question why. All we ask is that you accept ours, and live in harmony and peaceful enjoyment with us."
"If the Southern Cross offends you, or you don't like "A Fair Go", then you should seriously consider a move to another part of this planet. We are happy with our culture and have no desire to change, and we really don't care how you did things where you came from. By all means, keep your culture, but do not force it on others.
"This is OUR COUNTRY, OUR LAND, and OUR LIFESTYLE, and we will allow you every opportunity to enjoy all this. But once you are done complaining, whining, and griping about Our Flag, Our Pledge, Our Christian beliefs, or Our Way of Life, I highly encourage you take advantage of one other great Australian freedom, 'THE RIGHT TO LEAVE'."
"If you aren't happy here then LEAVE. We didn't force you to come here. You asked to be here. So accept the country YOU accepted."
Talvez se a Europa de uma vez por todas se deixasse de mariquices e soubesse afirmar os seus valores, passasse a ter menos problemas com alguns destes imigrantes.
É que curiosamente, os únicos que levantam estes problemas são alguns muçulmanos. Os imigrantes de outras etnias ficam felizes por poderem beneficiar da liberdade e das oportunidades dos países de acolhimento.
Porque será?
Obrigado JT. Um discurso poderoso.
Acho que o vou traduzir e postar.
São necessárias pessoas destas na Europa.
Pessoas que não tenham medo de dizer aquilo que efectivamente pensam, intimidadas pela chantagem do marxismo cultural e da "culpa do Ocidente".
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