Entre choques tecnologicos, purgas aos fumadores e a furia higienizadora, passando pela administraçao do territorio à criaçao de perdizes, atribuiçao de quotas para o leite e o mulherio histerico no parlamento, o estado - que diria-se na disputa pelo fogo do olimpo com os deuses pagaos - é cada vez mais o leviathan hobbesiano. De regua e esquadro, cercado por ciencia monta e desmonta a sociedade. Talvez a maior forma de irrelevancia politica dos tempos actuais, pensava oakeshott, fosse o que ele chamava de "racionalismo". Constituia pecado intelectual assim que transgredia as fronteiras que o deus ciencia erguera. O britanico descrevia a actividade politica como um barco sem porto de partida ou chegada. Planear, o que nao pode ser planeado, era crime grave punivel com derivas totalitarias e as tragedia do mar revolto. A sociedade nao é o mecanismo que o relojoeiro-estado afina. Por "racionalismo", oakeshott, definia quem com preocupaçoes puramente instrumentais, com as instituiçoes, a acçao politica, as analisava em termos puramente abstractos. Um pouco como os idealistas do forum social, artilhados de sebentas, de ideologia, aspiram, entre suspiros, a acabar com a fome no mundo, olvidando conflitos etnicos, as contas bancarias que os perpetuam, a realidade local. As sociedades sao a complexa interrelaçao entre individuos, ideias, instituiçoes. Mais util do que o planeamento "racionalista" é o conhecimento social contido no conjunto de tradiçoes inconscientes que foram emergindo da pratica, que sobrevivem ao teste do tempo, que estabelecem uma linha coerente entre o passado e o futuro. O maior erro é assumir que todo o conhecimento é tecnico e - no caso da politica - ideologico. Dos racionalistas do bloco de esquerda aos economistas do psd assaltam-lhes as certezas, as soluçoes terminais, as verdade universais que voam, lá acima, dos mortais, da cultura, tradiçoes, lingua, ou historia. Um sistema que nao reconhece as circunstancias nao tem espaço para a variedade, no fundo, é um espaço sem futuro e com um passado indesejado
Direita I, Direita II, Direita III
PS Passem no Combustoes, muito bom
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
Teste
teste
quinta-feira, 13 de março de 2008
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Alguém me explica porque têm a GNR e a justiça(?) que meter o nariz para saber se quem trabalha na pastelaria lá está dentro ou não?
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Um dos pilares do liberalismo e do mercado livre, é a constatação, colhida da prática, de que a concorrência, a livre formação dos preços, ...
1 comentário:
DLM:
"De régua e esquadro, cercado por ciência monta e desmonta a sociedade."
Nos anos 60, as mesmíssimas aventesmas vociferavam contra ... "as convenções".
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