Num comentário na caixa de comentários do post Histeria Anti-Semita (26 de Janeiro) de Paulo Porto, e a propósito do pai do grande filósofo holandês Baruch de Espinosa ter nascido na Vidigueira, perguntei à ML:
“Ia-lhe perguntar se conhece a anedota da Vidigueira mas arrependi-me. Sei por experiência, por ter levado muito safanão, que as mulheres normalmente não gostam de anedotas. Pela mesmíssima razão - parece totalmente absurdo mas não é - não jogam ténis nem futebol tão bem como os homens, salvo raras excepções. Excepções essas que por sinal têm características masculinas.”
Uma senhora Maria repostou: ”Ficou claro? As mulheres não gostam de anedotas porque não têm músculos fortes como os homens."
Respondi à senhora Maria: ”Não, mas porque são mais adultas. Mas esteja atenta ao FIEL porque vou dedicar-lhe muito brevemente um artigo sobre este tema.”
Resolvi dedicar agora este post às duas mulheres, à Maria e à ML, porque acho que as duas merecem uma explicação.
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É evidente que a diferença muscular é a razão principal pela qual uma rapariga normalmente não pode ganhar a um rapaz no ténis – mesmo que teoricamente tivessem ambos precisamente a mesma qualidade de jogo, a mesma técnica.
O rapaz bate a bola com mais força, os músculos das pernas permitem-lhe ser mais veloz e correr durante mais tempo. Até já ouvi um treinador de squash dizer que as raparigas são uma fracção de segundo mais lentas em movimentos rotativos (muito necessários em jogos como ténis, squash e futebol), por causa das ancas, que são mais largas nas mulheres...
Mas a analogia com as anedotas não tem nada de científico, é uma teoria muito minha baseada apenas em muitas horas de observação. Reside na abordagem demasiadamente séria (prática), lá está, mais adulta, que as raparigas têm do jogo.
Como diz a ML a “maturidade é uma dádiva divina”. Sim, mas é dada com mais frequência às raparigas, porque em termos de intelligent design é realmente uma dádiva divina, e para as mulheres, como mães e naturais protectoras da descendência, uma necessidade vital. Por outro lado, a maturidade também tem um lado chato, um lado que não favorece a imaginação, que não privilegia o homo ludens.
Por isso é que as raparigas, seja ténis, squash ou futebol não têm a propensão natural para o "malabarismo", para a finta, para o pontapé de bicicleta, para golpes de calcanhar, para bater a bola com a raquete entre as pernas. As raparigas logo de início têm uma maneira de jogar e de se movimentar no terreno e de abordar o jogo muito mais sóbria, mais madura...
Os rapazes, mais infantis, têm que ser constantemente corrigidos pelos treinadores, de outra forma não fariam outra coisa senão malabarismos. Mas essa propensão natural dos rapazes para a "brincadeira", que os treinadores tentam a todo custo travar para conseguir resultados práticos a curto prazo, é que faz com que os rapazes sejam dotados de uma técnica fora de comum que não se vê nas raparigas, mas sim no Pélé, Maradona, Guarrincha, Cristiano Ronaldo, John MacHenroe, Roger Federer e já agora, no Jahangir Khan.
14 comentários:
É pena o mundo não se resumir a futebol e ténis. :p
Cada vez mais nos cursos com altas médias vê-se mais raparigas e menos rapazes.
A selecção natural mudou, já não é necessário força física mas intelectual, estamos a viver a mudança das mares e a passagem da sociedade para o matriarcado.
hihi
Bob
@ bob: ”É pena o mundo não se resumir a futebol e ténis.”
É realmente uma pena. Mas um mundo resumido a futebol, ténis e.... squash (o meu mundo) já não é nada mau, já fico todo contente.
Bem, e uns copitos de vez em quando para alegrar a coisa, porque vezes não são vezes.
Macacada as usual.
Tirou o dia de folga para vir aqui dissertar sobre nada.
Vá mas é trabalhar ó range-o-dente.
CdR, isto dava para vários livros.
Na minha casa, tirando eu, só há mulheres. Tb só tive irmãs pelo que tb estou habilitado a botar faladura.
As mulheres, diz-me a minha experiência jogam quase sempre pelo seguro.
Não arriscam muito, e por isso tb não ganham muito.
E penso que a questão é mais biológica que cultural.
Elas fazem as escolhas...os homens exibem-se para ser escolhidos. Fazem cavalinhos, fazem figurinhas, procuram mostrar que têm bons genes.
O seu objectivo é espalhá-los, pelo que apenas lhe interessa o imediato e o imediato é uma boa queca.
Todos nós, com mais ou menos verniz, estamos prontos para o evento ou para os eventos.
As mulheres não podem correr tantos riscos e a biologia fá-las planear a longo prazo, ainda que disso elas não se apercebam.
Têm uma vida reprodutiva curta e um limitado nº de óvulos a ser usados.
Têm de fazer a melhor escolha possível, porque depois seguem-se tempos em que a cria tem de ser alimentada e cuidada.
Não há aqui espaços para jogos e invenções.... a realidade é imperativa.
O maior sucesso escolar tb se explica....eles andam com as hormonas aos saltos e a fazer exibições, elas andam a tratar da sua segurança.
Quanto à imaginação, cá em casa tenho a prova. A minha mulher, quando cozinha, segue a receita religiosamente. Se aquilo é bom, não há que inovar.
Eu, pelo contrário, não resisto a meter mais esta ou aquele ingrediente.
O que ela faz sei sempre bem.
O que eu faço sai quase sempre mau, mas de vez em quando, óptimo.
dR, isto dava para vários livros.
Na minha casa, tirando eu, só há mulheres. Tb só tive irmãs pelo que tb estou habilitado a botar faladura.
As mulheres, diz-me a minha experiência jogam quase sempre pelo seguro.
Não arriscam muito, e por isso tb não ganham muito.
E penso que a questão é mais biológica que cultural.
Elas fazem as escolhas...os homens exibem-se para ser escolhidos. Fazem cavalinhos, fazem figurinhas, procuram mostrar que têm bons genes.
O seu objectivo é espalhá-los, pelo que apenas lhe interessa o imediato e o imediato é uma boa queca.
Todos nós, com mais ou menos verniz, estamos prontos para o evento ou para os eventos.
As mulheres não podem correr tantos riscos e a biologia fá-las planear a longo prazo, ainda que disso elas não se apercebam.
Têm uma vida reprodutiva curta e um limitado nº de óvulos a ser usados.
Têm de fazer a melhor escolha possível, porque depois seguem-se tempos em que a cria tem de ser alimentada e cuidada.
Não há aqui espaços para jogos e invenções.... a realidade é imperativa.
O maior sucesso escolar tb se explica....eles andam com as hormonas aos saltos e a fazer exibições, elas andam a tratar da sua segurança.
Quanto à imaginação, cá em casa tenho a prova. A minha mulher, quando cozinha, segue a receita religiosamente. Se aquilo é bom, não há que inovar.
Eu, pelo contrário, não resisto a meter mais esta ou aquele ingrediente.
O que ela faz sei sempre bem.
O que eu faço sai quase sempre mau, mas de vez em quando, óptimo.
Caro Carmo
De assinalar em primeiro lugar o fair-play com que se coloca no ranking dos menos imaginativos, ao opor maturidade/imaginação. Segundo, contesto essa oposição.
Antes dos cuidados maternais com a prole já existe há muitos anos uma pessoa com o quadro mental formado, sobre o qual a educação/meio vai exercer um papel fundamental ao estimular ou abafar o desenvolvimento das características inatas. Milénios e milénios de incentivo ao tempo livre, à desresponsabilização familiar, deram aos homens disponibilidade mental e de tempo para se entreterem com o aspecto lúdico e de lazer, que estiveram vedados às mulheres até há meio século.
Quantos milhares de anos de prática e quantos milhões de desportistas estão por detrás de um pontapé do Ronaldo?
Quanto a mim, é uma questão de tempo e vamos ainda no começo.
Conheço uma moça que pertenceu à primeira leva de mulheres que entrou nas forças armadas, neste caso na força aérea. Julgo que será pilota. E nesse ano, no final da recruta, quem ficou nos primeiros lugares? Mulheres.
O comandante, que sempre se opusera à entrada de mulheres numa coutada tradicionalmente masculina, no discurso na parada teve a grandeza de reconhecer o óbvio. Admitiu que era um opositor, mas que tinha que reconhecer que, quando foi preciso avaliar as capacidades físicas nos exercícios, as mulheres mostraram ‘qualquer coisa a mais, um jeitinho para contornar as dificuldades no terreno’ que as tornavam mais aptas para aquelas tarefas.
Não sei se isto contraria ou não o que diz sobre o ténis e o futebol porque confesso a minha ignorância nesse campo.
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Partido Socialista
Balhamedeus, o prezado virou a casaca.
Assim se vê a força do... das caixas de comentários. E a idoneidade de alguns nicks.
"confesso a minha ignorância nesse campo."
"Julgo que será pilota. E nesse ano, no final da recruta, quem ficou nos primeiros lugares? Mulheres. "
Sim a ignorância é proverbial. Se é pilota, é oficial do QP. Se é oficial do QP não fez recruta, mas sim uma licenciatura na Academia da Força Aérea.
Donde se demonstra que a verdade não mora por aí.
É todavia verdade que na Academia Militar uma oficial ganhou logo a abrir a Espada de Toledo ( prémio do melhor aluno). Infelizmente a explicação é prosaica:
Estava entre os melhores nas cadeiras académicas, mas a vantagem veio de:
1-Notas das actividades físicas. Apesar de os homens terem melhor desempenho, a tabela de classificação favorecia ( não sei se ainda favorece) as mulheres. Não estavam aferidas. Por exemplo, para ter 20 num simples exercício de elevações na trave, os homens necessitam de fazer quase 20 elevações, o que só está ao alcance de alguns. As mulheres....6.
O rapaz que fazia 18, tinha menos nota que a rapariga que fazia 6.
Acredito que agora já estarão mais aferidas.
2º-Classificação de "atitude". A maturidade de que se fala....a novidade...etc, fizeram a rapariga ter notas altíssimas besta matéria. Os rapazes não têm hipóteses. Com 19 anos saltam os muros, apanham tosgas, andam à porrada, fazem asneiras...têm de provar que são "bons".
O mulherio não tem de provar nada, nesse capítulo.
P.S. Quanto ao PS, é o que dá deixar outras pessoas usarem o meu computador....
Mais adulta o reagirem menos à piada das anedotas? Não me parece. Mais prática sim. No texto de doutoramento "Rir e Depois" (Editorial Velki"), o Dr. Samuel de Oliveira refere a dado passo:" O sexo feminino tem das coisas um sentido eminentemente prático. O seu prazer de rir nunca perde de vista as razões da existencia quotidiana, pois durante séculos tiveram de precaver a vida de sustentação. O seu sentido humorístico conserva sempre um olho posto na lógica e no que ela tem de real".
Maria Cirene de Ataíde
Oh prezado, mude as agulhas. Se não fez recruta, fez provas de selecção com direito a discurso na parada.
Sim, sim, claro, claro. Pode contar as estórias que lhe aprouver sobre aferição porque o que o comandante fez questão de referir foi a vantagem da agilidade sobre a rigidez de movimentos assentes na força física.
Actualmente – se não sabe eu informo-o - a excepção aberta às mulheres é no tempo para a execução das provas e no limite mínimo da altura. E como nada disto tem a ver com o que aqui se discute, destreza/imaginação para cumprir tarefas, mais valia ter ficado de guarda ao computador para evitar utilizações abusivas.
Mas olhe, eu até torço para que desta vez a verdade tenha vindo passar uns dias consigo, tem muito mais graça a esbracejar em prol da mãozinha invisível e dos bons resultados que observamos diariamente. Acho indecoroso é o Greenspan defender agora a nacionalização da banca, não fica bem querer entalar a mãozinha depois dos bons serviços de que estamos todos a usufruir. Eu pelo menos ando satisfeitíssima por finalmente ter comparticipação num banco, e com fortes suspeitas de ainda vir a ser gestora de fortunas.
Tá bem, ml, já se percebeu que não entende nada do assunto, é ferida na qual não vou despejar sal. Não entender nada de tropa não é defeito.
Adiante...
"Acho indecoroso é o Greenspan defender agora a nacionalização da banca"
E porquê?
A nacionalização, entendida como uma medida extrema, enquanto durarem certas circunstancias, pode ser perfeitamente racional.
Não se pode é pensar que a medida é uma coisa boa e normal.
É como a liberdade e o estado de direito. São as formas normais de viver e estar. TOdavia podem ser suspensas, aqui mesmo no nosso país, vem preto no branco na Constituição.
Ou seja, pode ser necessário, em certas circunstancias, decretar o Estado de Sítio e suspender direitos, liberdade e garantias.
O que não significa que isso seja uma coisa boa.
Entendeu o paralelismo, não entendeu?
Sal na ferida
Estimado, faz parte da cultura geral fazer a tropa? Conhecer o modus operandi da tropa? Não? Tonnerre de Brest! É urgente.
Enfim, o contentamento dos tristes.
Sim, sim, e claro, claro, nacionalizar agora é bom porque a mãozinha afunda-se, as ovelhinhas vão ficar à cabeceira do lobo até este se recompor.
Quando me der para perder tempo procuro posts aqui dos fiéis, numa altura em que ainda não suspeitavam sequer das proporções que isto ia tomar. Assim de repente lembro-me da intervenção do estado no BCP, por exemplo, e como na mãozinha exemplar do sol-da-terra2 nada de semelhante se passaria.
Felizmente tenho fraca memória para catecismos e catequeses e também não me apetece ir em demanda deles.
Se alguma coisa do que eu disse lhe escapar ao entendimento, não hesite em perguntar.
@ bob: ”A selecção natural mudou, já não é necessário força física mas intelectual,”
Não é disso que se trata, é verdade que hoje em dia se privilegia o intelecto à força, mas isso é em relação a toda a gente – também às mulheres.
@ Lidador: ”As mulheres não podem correr tantos riscos e a biologia fá-las planear a longo prazo, ainda que disso elas não se apercebam.
Por isso têm à partida, como eu disse, uma abordagem ‘demasiadamente’ séria (prática), lá está, mais adulta do jogo. Eu também penso que a questão é mais biológica que cultural e todos os seus argumentos vêm reforçar a minha teoriazeca, ou seja, perceber porque razão as mulheres em grande maioria não são propensas ao malabarismo....
Gostei do seu remate com o exemplo da cozinha: ”O que ela faz sai sempre bem. O que eu faço sai quase sempre mau, mas de vez em quando, óptimo.”. (Este exemplo projectou-me imediatamente para a culinária, onde também não consigo bem imaginar UMA COZINHEIRA no estilo completamente surrealista de um Ferrán Adriá.! Mas não sei o suficiente de culinária, nem conheço assim tantos cozinheiros (mulheres e homens) para levar a minha teoria para a cozinha).
De qualquer forma, também na cozinha, lá está a propensão masculina para o ‘desnecessário’ pontapé de calcanhar, que em nove tentativas só uma acerta – mas é essa tentativa que vamos lembrar toda a vida, é o golo de calcanhar do Madjer de 1987 que ainda hoje nos faz chorar...
Quem não se lembra do href=”http://www.kewego.com.pt/video/iLyROoaft6ZG.html”>penalti de Antonin Panenka na final Checoslováquia-Alemanha de 1976, depois de 2-2 no tempo de jogo regulamentar? Panenka é o último (caso não falhe) jogador Checo a marcar o penálti e, num momento tão decisivo lembra-se de fazer um chapéu subtil!!! Não lembra ao diabo! Nenhuma mulher com juízo se lembraria de tal coisa...
@ ML: ”Quantos milhares de anos de prática e quantos milhões de desportistas estão por detrás de um pontapé do Ronaldo?”
Cara ML, não é bem de isso que se trata. Não se trata de ter uma enorme escolha de base para apurar o suco da barbatana – o Cristiano Ronaldo. Quantos Cristianos Ronaldos eu conheci que nunca conheceram a glória, e alguns deles precisamente porque não conseguiram travar os seus instintos ‘infantis’!
O próprio C.R. de certeza que é fortemente aconselhado por Sir Alex Ferguson (treinador do Manchester) a moderar a sua natural propensão “para se exibir, para ser escolhido, para fazer cavalinhos, fazer figurinhas, para procurar mostrar que têm bons genes.”, como diz o nosso prezado Lidador.
”...um jeitinho para contornar as dificuldades no terreno’ que as tornavam mais aptas para aquelas tarefas.”, isto significa pura e simplesmente mais inteligência, mas uma eventual diferença de inteligência não é o meu ponto de vista.
A inteligência não é o problema. As mulheres, como uma quantidade muito menor de jogadores de xadrez no mundo inteiro, há uns anos atrás quase que conseguiam ter uma campeã do mundo: Judit Polgar. (Eu até suspeito que o Luís Oliveira deve ter no quarto um poster da Judit Polgar, ao contrário dos outros rapazes que normalmente têm fotografias da Penelope Cruz ou da Kate Winslet...)
@ Maria Cirene de Ataíde: ”Dr. Samuel de Oliveira refere a dado passo: O sexo feminino tem das coisas um sentido eminentemente prático. O seu prazer de rir nunca perde de vista as razões da existencia quotidiana, pois durante séculos tiveram de precaver a vida de sustentação.”
Cara Maria Ataíde, o Dr. Samuel dá-me razão... Obrigadinho pelo apoio científico.
cdr, prefiro a Kate.
cdr, prefiro a Kate.
Pois é, a Kate não conhece tantas aberturas...
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