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sábado, 29 de novembro de 2008

Bombaim e o multiculturalismo


Em Bombaim (ou Mumbai, maldito nacionalismo Indiano) ocorreu, há dias, um atentado terrorista inédito naquilo que foi a sua preparação, execução e resultado. Vinte bem treinados, apetrechados e sincronizados jovens muçulmanos foram os autores do atentado terrorista. É bom que se tire ilações do atentado, nomeadamente que a luta está longe de ser vencida e que os países ditos Ocidentais não são os únicos alvos da cruzada Islâmica.

Um exercício mental leva-me a uma conclusão que, apesar de ser óbvia, andava escondida no meu cérebro: apesar de serem os interesses Ocidentais os principais alvos dos atentados terroristas Islâmicos, estes ocorrem, maioritariamente, em países considerados não Ocidentais mas que, num passado relativamente próximo, têm vindo a encetar reformas importantes de aproximação ao Mundo Ocidental.

Pode-se afirmar que estes atentados de Bombaim são um misto de atentado contra o Ocidente (procura, por parte dos terroristas, de cidadãos Norte-Americanos, Ingleses ou Israelitas; ataque a uma zona Judaica de Bombaim) e contra o Estado Indiano (Estado que se tem ocidentalizado, feito reformas de mercado e que vê o seu turismo enfraquecido com estes atentados).

Supostamente, os atentados são em favor da causa de Caxemira (se se confirmar a ligação dos terroristas a esta causa), que se quer ver livre do jugo Indiano. Porém, uma análise mais profunda leva-nos a outra conclusão: se fosse esse o real interesse dos terroristas, porquê escolher ocidentais como alvo? Porquê escolher hotéis famosos de Bombaim? Porquê escolher o centro Judaico? Porque não tentar uma série de ataques na própria Caxemira? Porque não encetar ataques contra órgãos de soberania Indianos? Porque não assassinar algum general importante do exército Indiano?

Os terroristas são indivíduos inteligentes, que procuram, a todo o custo, publicidade para a sua causa. A escolha de Bombaim não é de todo inocente: Bombaim é o centro económico-financeiro da Índia e encontra-se constantemente sob o olhar Ocidental. A atenção mediática estava, portanto, assegurada: a Índia ia ser atacada no seu centro capitalista, numa cidade com órgãos de comunicação social que pudessem facilmente espalhar o ataque por todo o Mundo.

Isto pode, realmente, explicar os atentados na cidade de Bombaim. Mas não explica o interesse pelos Ocidentais, pelo centro Judaico da Cidade e pelos hotéis de luxo. No fundo, os terroristas escolheram alvos que realçam a sua oposição à ocidentalização da Índia, ao capitalismo e aos valores ocidentais. Os terroristas não realçam a sua posição pro-independentista em relação à Caxemira porque, caso contrário, teriam operado de outra forma e escolhido alvos diferentes.

Pode existir quem argumente que os terroristas procuraram o melhor alvo possível, que lhes permitisse passar o maior número de mensagens para fora. Pode haver quem veja nestes atentados uma espécie de ódio ao poderio Indiano, que submete a pobre Caxemira, apesar de as reivindicações da Índia sobre este território serem anteriores à sua ocidentalização.

Eu não acho que assim seja: estes terroristas actuam sob o disfarce de quererem a independência de Caxemira ou a anexação ao Paquistão mas actuam contra os interesses ocidentais, contra a ocidentalização da Índia e não contra alvos estratégicos que lhes poderiam, supostamente, trazer vantagens na luta de auto-determinação.

Algumas mentes iluminadas podem, no entanto, pensar que este atentado pode trazer vantagens, nomeadamente a nível de expansão da causa a nível internacional.

O Paquistão e a Índia são duas potências regionais (a Índia será Mundial entretanto) com poderio nuclear. Há quem veja na relação entre estes dois grandes países uma espécie de Guerra Fria: o medo mútuo do dano que pode ser infligido ao seu país mantém o status quo.

A questão de Caxemira remonta à independência do Paquistão face à União Indiana. Relembro que a antiga União Indiana, pertencente ao Império Britânico, aglomerava Paquistão (Muçulmano), Bangladesh (Muçulmano) e Índia (Hindu) num só país.

Ainda existe uma importantíssima minoria Muçulmana na Índia, correspondente a umas boas dezenas de milhões de indivíduos.

Caxemira é uma região montanhosa de valor duvidoso. Actualmente, encontra-se dividida ao meio, com tropas Paquistanesas e Indianas a assegurarem a manutenção do status quo.

Passada esta pequena explicação feita um pouco à pressa, visto que o tempo aperta e é fim-de-semana, tomei conhecimento de um suposto averiguar por parte das autoridades Britânicas de uma suposta participação de cidadãos do Reino Unido nestes ataques. Caso se venha a confirmar a suspeita, não vos faz isto lembrar os atentados ao aeroporto de Glasgow, na Escócia, onde também os terroristas tinham passaportes ocidentais?

O Londonistão de Red Ken (já fez as malas), a Alemanha de Angela Merkel (onde uma célula da Al-Qaeda preparou com facilidade os atentados do 11 de Setembro), a Holanda de Gaert Wilders (onde Theo van Gogh foi assassinado) e a França de Sarkozy (onde ocorreu, há um ou dois anos, a Intifada Francesa) demonstram a passividade do Ocidente, e em particular da Europa, em atacar de caras o fenómeno.

Se nós não somos capazes serão os Indianos? Se nós não somos capazes será prudente integrar a Turquia na União Europeia? Se nós não somos capazes será prudente manter o discurso anti-Americano? Se nós não somos capazes será prudente continuar a atribuir cidadanias nacionais a cidadãos que não se mostram interessados na integração? Se nós não somos capazes deveremos subsidiar quem vem para a Europa para nada fazer, quem não mostra interesse em falar as nossas línguas e quem não respeita a nossa cultura?

A mim não me parece. Tal como não me parece correcto pôr em pé de igualdade os imigrantes que vêm para a Europa e aprendem as nossas línguas e os que não aprendem, os que travam conhecimentos e os que não travam, os que respeitam a nossa cultura e até a assimilam e os que não a respeitam, os que trabalham e descontam e os que vivem à conta dos subsídios estatais.

Não me parece que estes imigrantes sejam iguais. Não me parece que mereçam o mesmo tratamento: quem merece ficar deve ser tratado com todo o respeito e deve possuir a grande maioria dos nossos direitos até conseguir ser cidadão nacional; quem não merece tem uma única solução: pontapé no rabo e volta para onde vieste.

Mas que merda de bandeira do multiculturalismo é esta?

7 comentários:

Anónimo disse...

Exemplo de lavagem cerebral satânico-islâmica.

http://www.4shared.com/file/71822054/bbc8a902/A_vitria_do_Islam.html?s=1

Anónimo disse...

Por acaso, também fiquei com a impressão que isto foi em grande parte um ataque anti-ocidental. Acho que os terroristas tentaram matar dois coelhos com uma cajadada.
"O ainda presidente norte-americano afirmou que a Índia, «a maior democracia do mundo, pode contar com o apoio da população da democracia mais velha do mundo».
«Prometemos o apoio total dos Estados Unidos à Índia enquanto estiver a investigar os ataques, levar à justiça os responsáveis e conseguir preservar o seu estilo de vida democrático», disse George. W. Bush."
Estou completamente aí com o velho W.
Mas explica-me como é que os americanos separam os "bons" emigrantes dos "maus" emigrantes de uma forma que a Europa não?(Não que qualquer grupo que se auto segrega da socidade que o sustenta não me irrite)

Renato Bento disse...

Não falei dos Estados Unidos. Apenas da Europa.

Anónimo disse...

Sem tirar nem pôr, grande artigo.

Um senão: estes temas mereciam um artigo cada um, em vez de serem abordados juntos.

Anónimo disse...

1. "... Conceder ao seu inimigo um direito que ele não lhe concede, não é democracia, mas burrice", de Reinaldo Azevedo.

2. O silêncio dos líderes espirituais do islamismo, ao invés de transmitir pelos meios de comunicação social seu veemente repúdio a tantos massacres cometidos por matadores supostamente islâmicos, leva-nos a interpretá-los como cúmplices desses crimes.

3. Sinceramente, eu esperava que esses líderes religiosos dissuadissem o recrutamento de tantos jovens para o crime.

4. Quanto ao gesto dos países europeus de darem "casa, comida e roupa lavada" para bandido, me faz lembrar do personagem de J.R.R.Tolkien chamado Grima Wormtongue - aquele que enfeitiçou o rei Theodeon de Rohan.

5. Apesar de "rápidas", vossas reflexões já denotam vossa capacidade para dimensionar a questão para nós leitores. Grata por isso.

EJSantos disse...

Excelente texto. E também apreciei os comentários dos restantes leitores.

RioDoiro disse...

http://www.youtube.com/watch?v=b2Lc4B7elYE

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