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domingo, 30 de novembro de 2008

freak show no campo pequeno

É preciso lata lirica para tachar esta malta de extrema esquerda. Sao burgueses e pequenos burgueses que sob a luz triste da existencia suburbana - instalados na vida e na mobilia comprada no ikea - suspeitam que o proletariado está tao extinto como o Dodo. Traiçao poetica? talvez. Somos seduziveis e sedutores, corrompiveis e corruptores, e tanta militancia e braços no ar cansam. Nunca como hoje um aglomerado de estalinistas confeccionou freak show tao descabelado - um escaparate com gente histerica e em lantejoulas (cof, cof) a pedir pena e compreensao. O mundo é dos cinicos. Pelo menos o mundo das aparencias. E as aparencias e o resto vergam pragmaticamente a cerviz às contigencias. E à mobilia do ikea. Nao ha ideologia que sobreviva a isto. Só pedragulhos podem exigir que o tempo faça marcha-atras.

6 comentários:

Paulo Porto disse...

Caro DLM

O pessoal compra mobiliário no Ikea por duas razões. A 1a. porque é barato. A 2a. porque imagina que é modernaço.
No primeiro caso - ser batato - ligar ikea a comunas é restringir as coisas. Num tempo em que as gerações mais novas são quinhenteuriscas por mês, o ikea pode não ser uma opção, antes o recurso possível.
No segundo caso ser modernaço - ligar ikea a comunas também não adere. O comuna é contra as transnacionais e modernices e vai comprar móbiliário a outros lugares. Pode até ser um comuna bem pago, e há montes deles que vivem bem mas gostam de fingir que são comunas, mas mesmo neste caso não compra no Ikea.

Depois, esta coisa de dizer mal do Ikea mas não ter dinheiro para ir à Intério lembra-me sempre aquele ditado ribatejano: "fidalguia sem comedoria é gaita que não assobia."

R disse...

Burgueses?!


a extrema esquerda? BURGUESES?!

David Lourenço Mestre disse...

pois, paulo, mas essa mobilia undermensch nao entra aqui na chabola

sim vicissitudes, esses, de fraque e chapeu coco

Carmo da Rosa disse...

David,

Estou de acordo com Paulo Porto acerca da mobília ser barata e ‘modernaça’…
Eu diria mesmo moderna, sobretudo o ‘concept’, a ideia - é design que se pode pagar, a relação preço-qualidade é excelente, além disso tem uma enorme quantidade de ideias práticas, por vezes mesmo geniais. Os Ikeas são agradáveis de visitar, racionalmente estudados, come-se barato e nada mal. Resumindo, o Único recinto de vendas que a minha mulher me consegue reter mais de meia-hora.

Mas também estou de acordo com consigo: ”….mobilia do ikea. Nao ha ideologia que sobreviva a isto.”

Grande verdade.
O ‘concept’, a ideia, é tão forte que ultrapassa ideologias, culturas e raças. Portugal, assim como a Rússia, tem Ikea há relativamente pouco tempo, o que é sintomático de um gosto ainda pouco desenvolvido. Eu acho que até se pode medir o grau de civilização de um povo pela concentração de Ikeas relacionado com o número de habitantes.

Quem tem Ikea tem tudo, quem não tem Ikea não tem…. muita coisa

David Lourenço Mestre disse...

quem tem joyce e stendhal tem tudo

Carmo da Rosa disse...

”quem tem joyce e stendhal tem tudo”

Quase tudo David.

O Joyce e o Stendhal têm que ser guardados num armário – o Stendhal até precisa de dois, um ‘rouge’ e um ‘noir’ -, lá temos o imbatível Billy 80x28 cm e com 202 cm de altura, por apenas €35! O Joyce e o Stendhal foram certamente mais caros…

Mas se quiser uma coisa mais clássica, castanho escuro, com um pésinho, temos o Markör por € 129, também existe o mesmo modelo com portas de vidro, muito chique e que só custa € 259… Uma pechincha para a qualidade oferecida. (Sinceramente, eu não consigo fazer um móvel deste por menos dinheiro – desde que apareceu a IKEA deixei de fazer os meus móveis, salvo quando o tamanho exige uma adaptação especial).

Para ler o Joyce, mas sobretudo para ler o Stendhal é preciso um sofá ou uma poltrona, e a IKEA acabou agora mesmo de sair com uma muito gira, a EKTORP. Por €189. Não é de couro claro, mas pelo preço….
E para ler é preciso também uma boa lâmpada que nos alumia, e por €9,99 faz a festa com uma elegantíssima LERSTA…

A fonte de informação é o catálogo de 2008.

O que seria de nós sem a IKEA.