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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A culpa e a desculpa

Na sequência dos mais recentes atentados islamistas, desta vez na Índia, o delírio desculpabilizador instalou-se uma outra vez, e quando alguém sublinha o óbvio, ou seja a íntima relação entre as exortações do Corão e carácter violento do Islão, uma certa esquerda afadiga-se em comparar livros sagrados, pescando frases "gore", para demonstrar que a religião cristã, vista como "nossa", não é melhor que o islamismo.
Tudo isto para relativizar a realidade, racionalizando uma posição intelectual insustentável.

Falando estritamente dos livros sagrados, a simples comparação de frases é uma argumentação primária e infantil.
Há milhares de livros com frases ainda mais arrepiantes, desde os Lusíadas a Stephen King, já para não falar das tiradas vernáculas do velho Sven Hassel, e ninguém se lembra de os comparar ao Corão, para relativizar o conteúdo deste.
Porquê?
Porque têm estatutos diferentes.
É óbvio que a Bíblia não é um livro qualquer, mas tampouco é fonte de direito em sociedades politicamente organizadas e muito menos é impenetrável à interpretação humana, como o Corão.
Claro que há pessoas que a usam como norma de conduta, mas fazem-no no espirito do tempo, e nos limites morais e legais das normas das sociedades em que vivem.
Olhar para o Corão a partir do edifício mental ocidental, como “mais um livro como os outros”, é tentar equiparar coisas que não são iguais, à revelia de uma realidade que todos os dias nos mostra que há ALGO que não é igual.

Na verdade a Bíblia, repositório de várias Revelações, é lida, interpretada, raramente aceite como literal e até pode ser utilizada, sem que isso seja crime ou pecado, para endireitar a perna da mesa da cozinha, ou para dar com ela na mona do vendedor de aspiradores.
O Corão, para os muçulmanos, é muito diferente.
É a "Revelação”, tem estatuto divino, é "incriado", fonte de direito, compulsivo e literal. É a voz do próprio Alá e por isso existe com ele desde sempre. É como é, e não é susceptível de melhorias ou alterações (as “portas do Ijtihad" foram solenemente fechadas há vários séculos) e essa é a razão pela qual os muçulmanos o decoram, o consideram a única fonte da lei (aqida wa sharia) e o devem seguir literalmente, considerando-se crime capital a sua dessacralização.
Avicena e Averróis, dois dos maiores expoentes intelectuais do Islão, tentaram conciliar o dogma corânico com o racionalismo aristotélico e acabaram mal.
É por isso que se na Bíblia vem escrito que “Matai agora todos os rapazes e toda a mulher que coabitou com um homem”, isso não é lei, e só é regra de conduta para alguém se assim o escolher, ou seja, para alguns tontos.
Mas quando o Corão exige a morte para os apóstatas e idólatras, e convoca todos ao "combate contra aqueles que não crêem em Deus (...) até (....) prevalecer totalmente a religião de Deus", não se trata de mera curiosidade datada, mas sim de uma ordem divina, válida até que não exista “dar al harb”.
É por isso que jihadistas se fazem explodir em todo o mundo, massacram deliberadamente civis, pais e irmãos matam filhas por elas se desviarem da religião.
Não o fazem porque gostam, mas porque é Deus que lho ordena pela sua voz, o Corão.
Levam à letra as palavras do Profeta, como é seu dever:

"Eu levarei o terror ao coração dos infiéis" (Corão, 8:12)

24 comentários:

Renato Bento disse...

Parece que estão 20 cidadãos Israelitas raptados num dos hoteis....

Anónimo disse...

Que a religião é castradora da razão, não é novidade nenhuma.
Já o foi entre nós, "ocidentais". Tanto que ainda não recuperamos das benesses da Idade Média.

É curioso notar que quando começamos a reconquista, os árabes eram cientificamente mais avançados do que nós. Mas após esse passo e, mais tade, com o Tratado de Vestfália e as suas implicações político sociais, a predominância da técnica deu-nos uma vantagem que tem durado até aos nossos dias.

Mas, indubitávelmente, a sociedade tecnológica que criamos provoca o esmorecer dos valores e da ética.
Nisso, os islamitas e afins, são muito mais convictos do que nós.

Para além disso, os mecanismos em que vivemos fazem com que não pensemos no futuro e, lentamente, morremos, facto comprovado pelas estatísticas demográficas.

Os árabes podiam simplesmente esperar que o tempo decorresse. Afinal, já corre a favor deles. Mas isso não é suficiente. E o resultado está à vista.

Convencidos da nossa superioridade, é no topo da nossa torre de marfim que olhamos para o resto do mundo, como se fossemos invenciveis, como se a nossa torre não tivesse apoiada na terra.

Ou seja, separámos a religião do Estado o que nos foi muito positivo, mas agora estamos a perder os valores que nos unem e identificam o que é muito perigoso.

A próxima guerra será travada pela fé e nós, já estamos a perder, pois muitos serão chamados para lutar por algo em que não acreditam.

Oxalá esteja enganado!

Anónimo disse...

Ò Ò Lidador, você bebeu o quê ao almoço?
... "pode servir para endireitar a perna da mesa da cozinha, sem que isso seja pecado"?
Como?
Mais do que pecado, isso, para um crente, é um desrespeito e uma profanação. Como crente que sou, tenho-a à mesa de cabeceira e todas as noites a beijo, beijar a palavra de Deus é como beijar a Deus no crucifixo.

Vá-se confessar homem...

LV

Carmo da Rosa disse...

”É curioso notar que quando começamos a reconquista, os árabes eram cientificamente mais avançados do que nós.”

Caro VFS,

Isto parece ser um mito simpático, mas um mito. Talvez tenha alguma verdade se restringir-mos o nós à península Ibérica. Mas de qualquer forma os Árabes traduziram muitos conhecimentos da época, que já eram conhecidos, do grego e do persa.

”Mas, indubitávelmente, a sociedade tecnológica que criamos provoca o esmorecer dos valores e da ética. Nisso, os islamitas e afins, são muito mais convictos do que nós.”

Outro mito. E neste caso não vejo atenuantes! Dificilmente se encontra neste mundo países com mais ética e respeito por valores do que as sociedades ditas protestantes-calvinistas… Encontrando-se actualmente os países muçulmanos a léguas destes valores éticos.

”Para além disso, os mecanismos em que vivemos fazem com que não pensemos no futuro e, lentamente, morremos, facto comprovado pelas estatísticas demográficas.”

Sim, é em parte verdade relativamente às sociedades ocidentais (mas a China e a Índia por exemplo têm precisamente os problemas demográficos contrários), mas isso não quer dizer que não pensamos no futuro, para alguma coisa as estatísticas servem. E há já países ocidentais a tomar medidas.

”Ou seja, separámos a religião do Estado o que nos foi muito positivo, mas agora estamos a perder os valores que nos unem e identificam o que é muito perigoso.”

Ainda não percebi que tipos de valores é que estamos a perder, partindo do princípio que tínhamos algo a perder!!!

”A próxima guerra será travada pela fé e nós, já estamos a perder, pois muitos serão chamados para lutar por algo em que não acreditam.”

Não é absolutamente necessário lutar pela fé, basta lutar pela sobrevivência…penso eu de que!

R disse...

Boa tarde meu bando de abutres fã-xístas!

Só quero fazer uma pergunta e séria;

A sharia afinal é uma interpretação dos mullahs?, dos extremistas? ou vem mesmo discriminada no Corão?!


Agradeço.

R disse...

«É curioso notar que quando começamos a reconquista, os árabes eram cientificamente mais avançados do que nós. Mas após esse passo e, mais tade, com o Tratado de Vestfália e as suas implicações político sociais, a predominância da técnica deu-nos uma vantagem que tem durado até aos nossos dias.»



Predominância? mmm eu tenho cá para mim que existiram componentes e condicionantes, que levaram a que os asiáticos e as suas terras planas centralizassem os Estados e se fechassem em si mesmos. O que não se sucedeu à Europa, montanhosa e cheia de pequenos territórios.

Anónimo disse...

Lidador, vossos textos sobre terrorismo iluminam veredas. Intrigada com os vocábulos usados, por exemplo, pela BBC/Brasil em duas reportagens de primeira página de hoje sobre Mumbai: extremistas, militantes, militantes islâmicos, extremistas hindus,agressores, autores dos ataques,responsáveis pelos ataques, atiradores, homem armado, suspeitos de envolvimento nos ataques, "pode haver uma conexão islâmica nos ataques".

Resolvi apontar os vocábulos usados no caso Columbine pela mesma BBC/Brasil em reportagem de 20 de abril de 2007: massacre, ataque, suicídio, matadores, atiradores, trama, crimes, matanças.

Se a imprensa anotasse os mesmos vocábulos no caso Columbine a todos os outros casos - conceitos constantes nos códigos penais de todos os países atacados por "conexões islâmicas", penso que a confusão com história, antropologia, política e religião cairia por terra, e restaria apenas o nome do que realmente são: matadores e seus atos como massacre.

Anónimo disse...

"Não é absolutamente necessário lutar pela fé, basta lutar pela sobrevivência...penso eu de que!"

Carmo da Rosa,

eu também! mas se formos só nós ... (se calhar até não é mau. Há muitos que falam, mas depois...)

P.S. - Hoje levei com o Choque da Civilizações na cabeça.
O dito caiu da estante!

Unknown disse...

"a religião é castradora da razão, não é novidade nenhuma"

Caro VCS, eu não sou crente, mas olhe que a dicotomia booleana religião-razão, já lá vai. Há ´valores fuzzy, há religiões e religiões e razões e razões. Não é tudo igual.

"Tanto que ainda não recuperamos das benesses da Idade Média."
Um mito, como diz o Cdr. Na verdade foram os padres que transportaram o facho do conhecimento, após a queda do Império Romano. Segui-se o Sacro Império, lembra-se? A longa noite teve zonas de grande luz. Os "Padres da Igreja" eram os sábios da altura. Santo Agostinho,por exemplo numa notável antecipação da cosmologia moderna, disse que o tempo era uma propriedade do universo que deus tinha criado e que não existia “antes”. Foi talvez a primeira pessoa que se aproximou da compreensão do tempo, não como um pano de fundo, mas como algo que faz parte da textura do universo. Falar só mal da nossa Idade Média, assenta na mesma compulsão para a culpa e para nos denegrirnos a nós mesmos.


"os árabes eram cientificamente mais avançados do que nós"

Os árabes não tinham ciência. A ciência é uma criação do espírito ocidental. Os árabes transportaram conhecimento, raramente o criaram.

Muita gente fala da herança cultural do Islão e faz um paralelo masoquista que normalmente nos torna subsidiários da civilização islâmica. Mas veja, na génese directa da nossa civilização está Homero, Sócrates, Fidias, Platão, Aristóteles,a Grécia antiga com a sua cultura, arquitectura,poesia, filosofia, a ideia de democracia etc.
Roma, com o Direito, a organização do estado, a literatura, o exército, a arquitectura grandiosa e uma fabulosa engenharia que manteve de pé, durante milénios, pontes, aquedutos e estradas.

E tudo isto muitos séculos antes de Maomé. E depois há o Renascimento, Leonardo da Vinci, Miguel Angelo, Bach, Mozart , Strauss, Beethoven, Rossini, Verdi.... Kant, Hegel, Hobbes, Copérnico, Galileu, Newton, Darwin, Pasteur, Einstein, Bohr, o motor, a electricidade, as telecomunicações, o comboio, o automóvel, o avião, as naves espaciais, o computador, ,os transplantes do coração, o genoma, a Internet.
É pouco?

Talvez, mas que há de comparável na herança dessa civilização islâmica que tanta gente parece admirar e reverenciar, como uma vaca sagrada ?

Há Avicena, um persa que tentou compatibilizar o dogma corânico com o racionalismo aristotélico. O seu tratado de medicina é uma transcrição do grego Galeno, que viveu alguns séculos antes dele.
Há a grafia dos números e essa é provavelmente a maior contribuição da cultura islâmica para o avanço da civilização humana. Os números, esses, foram inventados na ìndia.

Há Averróis,tb ele não árabe, mas berbere, também ele um comentador de Aristóteles.
Há um ou outro poeta e literato, algumas belas mesquitas cópias invejosas da Hagia Shopia.
Até as melhores partes do Corão buscam raízes na Bíblia, no Tora e em alguns textos helénicos.


"Convencidos da nossa superioridade, é no topo da nossa torre de marfim que olhamos para o resto do mundo, como se fossemos invenciveis"

Mas é que nem é isso. A nossa superioridade traduz-se hoje no rastejar perante as outras culturas, no atribuir de todos os males a nós, particularmente a americanos e israelitas.
A culpa!
E o mecanismo de transferencia dela para os bodes expiatórios: Israel e os EUA.

" agora estamos a perder os valores que nos unem e identificam o que é muito perigoso."



"A próxima guerra será travada pela fé"

Será?
Está a ser travada, caro VCS. E de há 1400 anos a esta parte.
Ainda não ouviu falar da jihad?

Anónimo disse...

Já agora meu caro Lidador,

Esclareça-me um ponto:

Dado a sua opinião relativamente ao Alcorão, o que acha que deve ser feito?

Anónimo disse...

Contribuintes e comentadores.
Por favor.

Quando se referirem a allah, usem a palavra allah e não a palavra Deus.

maomé criou pequenas e grandes armadilhas.

Quando as pessoas usam a palavra Deus em vez da palavra allah, estão a cair em mais uma dessas armadilhas.

Unknown disse...

"A sharia afinal é uma interpretação dos mullahs"

POde ir à enciclopédia e ver o que é, meu caro. E se calhar é bom que o faça porque até na insuspeita Escócia, terra de higlanders e escoceses duros de assoar, um juiz considerou que devia perdoar a apreensão de carta a um muçulmano, porque tem duas esposas ( ilegal, na Escócia, mas isso pouco importa) e tinyha de andar a abrir de uma terra para outra para estar com elas.

OU na Alemanha, onde uma juiza negou o divórcio a uma muçulmana porque ela alegava maus tratos e a juiza entendeu que os maus tratos são característicos da sua cultura.


" que levaram a que os asiáticos e as suas terras planas centralizassem os Estados e se fechassem em si mesmos"

A geopolítica é interessante, mas reveste-se da bastante mais complexidade, meu caro Ratzel

Anónimo disse...

No site boston.com está um conjunto de fotografias do ataque:

http://www.boston.com/bigpicture/2008/11/mumbai_under_attack.html

E, ao contrário da reza, o allah não é grande !

Anónimo disse...

É mas é um grande satânico.

Anónimo disse...

Mas então os terroristas não são indianos? Fónix.

Anónimo disse...

Caro Lidador(peço-lhe que note que é VFS e não VCS),

Se fosse a si, voltava a ler o meu comentário do princípio ao fim. Aparentemente fiz um bom trabalho de contra-informação, pois a ironia não é notada.

Mas vamos lá.
Não há dúvida que a forma, nesta frase que cita, "A próxima guerra será travada pela fé", é o futuro. Mas na frase seguinte não o é.

Curiosamente, neste ponto, referia-me ao confronto que virá bater-nos à porta. Aí, vai ser o Deus que nos acuda. No entanto, Ele vai ficar quieto. Teremos de ser nós a tratar do assunto. E, ironia das ironias, no final vamos recordar as palavras de JOHN QUINCY ADAMS: “o dever é nosso. O resultado é de Deus”.

É inquestionável o contributo científico da nossa civilização (e curioso que os alicerces do saber grego sejam originados das colónias gregas da Ásia Menor), mas podia ter referido um Sólon, um Leónidas (a quem devemos a manutenção da nossa civilização), um Faraday, um Clausius, um Heisenberg e um Kepler.

Ah! Mas sem os trabalhos de Ptolomeu, os nossos amigos Kepler, Copérnico, Galileu, Newtow e Einstein teriam tido a vida um pouco mais dificultada.

Quem obrigou Galileu a retractar-se?
Quem queimou Giordano Bruno?
Quem desprezou saber, convencida da verdade da sua “ciência”?
E quem beneficiou desse saber?
Não foram os Ptolomeus, os Avicenas, os Averroís?

Por isso, não é assim tanto um mito. E o tempo é a única coisa que não se recupera (pelo menos para já).

Quando aos padres do Sacro Império. Presumo que tenham sido eles, os herdeiros do saber que Aristóteles reuniu em Alexandria. Deve estar a brincar comigo! Nunca se esqueça que quem realmente sucedeu Carlos Magno foi o papado.

Assim, não se trata de dizer mal da Igreja. Procura-se a saber o que os nossos inimigos sabem. Um pouco de conhecimento até faz jeito. Ou estarei enganado?

Depois a ironia sobre a nossa vantagem tecnológica é esta: afinal quem é que educou e instruiu os terroristas do nosso tempo?

Mas não quero que fique com dúvidas da minha posição. Por favor, vá ler: http://intransmissivel.wordpress.com/2008/08/06/na-encruzilhada-ue-turquia-e-nato/

Sobre a jihad, parece-me que ela começou 250 anos antes do período que referiu, mas também não é relevante.

Quanto ao tempo, aqui é que está mesmo a brincar comigo. Juntamente com o Santo Agostinho.
O tempo é uma singularidade dual! O Santo Agostinho saberia lá o que isso é. Talvez relacionasse dualidade com a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens, mas continuaria redondamente enganado. E não se esqueça da termodinâmica, pois “há tempo porque há vida e há vida porque há calor”.

Agradeça é ao princípio universal da desigualdade. É graças a ele que existimos. Nós e, antes, o Santo Agostinho.

P.S – Ó Lidador, sabe que realmente gosta da termodinâmica? As cobras. É por ela que detectam o calor dos nossos corpos.
Já viu? As víboras são umas malandras. Até sabem física! E esta, hein!?

Obrigado pela reflexão.

Anónimo disse...

" relativamente ao Alcorão, o que acha que deve ser feito?"

Testemunhar que allah existe.
-É o mal
Que Maomé foi o seu mensageiro.
-Não há dúvidas quanto a isso.

E adorar allah, mas do jeito que allah verdadeiramente gosta. Partindo-lhe os cornos bem partidinhos onde quer que apareça.

Quando isso é feito, allah agradece e amansa.
É remédio santo.

E, segundo o que o próprio maomé nos revelou, o melhor que pode acontecer a um maometano é que o "enviem" para o sitio das putas falsas e avariadas mentais.

Só dessa forma terão as portas e pernas abertas.

Sem ofensa nem às putas, nem às doentes mentais.

Umas divertem, as outras não têm culpa de o serem.

São avariadas mentais, porque o que é normal é a mulher querer a atenção total do parceiro, e aquelas só querem 1/72 avos.

Ou então, eles são tão maus, que são precisas 72 para aturar um só.
Sem falar nas centenas ou milhares de paneleiros que tb lá existem.

O mais certo mesmo, é o maometano ficar todo f_____ quando lá aparecer.

Unknown disse...

" podia ter referido um Sólon, um Leónidas (a quem devemos a manutenção da nossa civilização), um Faraday, um Clausius, um Heisenberg e um Kepler."

Tem razão. E muitos outros, mas ó VFSm isto não é uma tese...

"Quem obrigou Galileu a retractar-se?
Quem queimou Giordano Bruno?
Quem desprezou saber, convencida da verdade da sua “ciência”?"

A Igreja Católica, teve essas culpas e muitas outras, evidentemente. E não chegaria um livro para as listar. Mas nãp foi só isso. Não é uma coisa a preto e branco. A Clara Pinto Correia tem um livro interessante ( Assim na Terra como no Céu) em que dá conta também do outro lado, do lado das coisas "boas".
A própria ideia de Europa começou como Cristandade, há um factor identitário que busca raízes na religião cristã.


"Presumo que tenham sido eles, os herdeiros do saber que Aristóteles reuniu em Alexandria."

Em pleno auge do islamismo, a civilização estava em Bizâncio, não em Meca e muito menos em Córdova.
E a Europa não era o buraco negro que a fábulas contam.
Em 745, a arquitectura carolíngea estava avançadíssima e integrava as formas clássicas romanas com elementos locais (Aix-la-Chapelle, Mosteiro de Saint-Gall, etc)
A pintura carolíngea inspirava-se na iconografia romana. A ourivesaria era notável
Em 650, no mosteiro francês de Luxeuil, produziam-se livros com iluminuras.
Carlos Magno e seus sucessores favoreceram um renascimento intelectual e artístico, com grandes construções de catedrais e palácios e criação de escolas monacais onde frades praticavam a iluminura e copiavam livros de autores clássicos que assim foram salvos do esquecimento.

Assim, não se trata de dizer mal da Igreja. Procura-se a saber o que os nossos inimigos sabem. Um pouco de conhecimento até faz jeito. Ou estarei enganado?

Depois a ironia sobre a nossa vantagem tecnológica é esta: afinal quem é que educou e instruiu os terroristas do nosso tempo?

Mas não quero que fique com dúvidas da minha posição. Por favor, vá ler: http://intransmissivel.wordpress.com/2008/08/06/na-encruzilhada-ue-turquia-e-nato/

Sobre a jihad, parece-me que ela começou 250 anos antes do período que referiu, mas também não é relevante.

"Quanto ao tempo, aqui é que está mesmo a brincar comigo. "
Pode crer que não. Sto Agostinho era um sábio, uma mente avançadíssima. Escrever que o tempo não preexiste ao universo mas é criado com ele, é algo que só neste século se teorizou.
Chiça, você não se maravilha com uma mente assim?
Conceber de forma tão correcta o tempo, sem os conhecimentos de física que temos hoje?


Agradeça é ao princípio universal da desigualdade. É graças a ele que existimos. Nós e, antes, o Santo Agostinho.

" É por ela que detectam o calor dos nossos corpos."
Olhe que não. O que se passa é que os seus olhos são uns visores de infavermelhos, como os do Predador. Lobrigam o calor. Há armas com essa tecnologia. Não tema ver com termodinâmica, mas sim com a capacidade de "ver" partes do espectro electromagnético com mais baixa frequência que a luz visível (aos nossos olhos)

Quanto ao resto, vai indo....

Anónimo disse...

Lidador,

Muito obrigado!

Permita-me só estas breves palavras.

Os meus pais, seguindo os ditames da fé, acharam por bem baptizar-me.
No entanto, a certa altura perguntei-me por era Cristão. Consequentemente, resolvi ler alguns livros sagrados para além da Biblia.

Assim, li a Tora, o Gita, o Corão, o Avesta, um dos Vedas, o Rigveda, e informei-me sobre o Budismo. Também li sobre a Igreja Ortodoxa, Protestantismo, Calvinismo e sobre a cosmogonia Tauísta. E muito ficou por ler.

Estou certo que concordará que não há nada como ler para se falar de algo. E hoje, quando afirmo a minha fé, faço-o com convicção e não por imposição.

É evidente que tenho admiração por Santo Agostinho. Li a Cidade de Deus com imenso gosto. Mas no caso que aponta está a referir uma intuição e não de um racicínio lógico.

Santo Agostinho influenciou aquela que considero ser a mente mais evoluida da história: Hannah Arendt
Como não poderia de o admirar?

Dois ultimos reparos:
Primeiro, não foi a Clara Pinto Correia que pôs um pratica uma das leis da internet: NA NET NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA?

Segundo, sabe, a visao infravermelha permite captar os ditames da Segunda Lei da Termodínâmica.
Mas não acredite em mim. Como me parece ser um tipo informado, leia Richard Feynman.

Bem haja!

Unknown disse...

Caro VFS, é verdadeiramente agradável trocar impressões consigo.
Eu tb "nasci" cristão, aos 5 anos fazia as delícias das freiras no infantário católico onde andava, porque sabia papaguear todo o catecismo, os mistérios e por aí adiante. Na opinião delas, eu era um pequeno génio da cristandade.

Como você, tb cedo comecei a questionar algumas das coisas que tinha decorado. Antes dos 20 já era completamente ateu relativamente a um Deus moral e agnóstico relativamente a um Deus criador.
Como hoje.
Mas isso não me impede de reconhecer que o cristianismo, e os valores estão algures na base daquilo que somos como sociedade.
Ainda bem que levou na cabeça com o Choque das Civilizações. O Samuel explica muito bem essa matéria.

Quanto à intuição do Santo Agostinho, o VFS acredita mesmo que as grandes ideias surgem por decantação racional deliberada?
Aquilo que chama "intuição" ( sentido que as mulheres reclama para elas) não é mais do que uma percepção do todo, uma visão holística das coisas, um captar dos contornos da floresta mesmo antes de se olhar para a casca das árvores.
A ideia do espaço e do tempo como uma textura encurvada pelas massas, é algo que só pode surgir por intuição, porque nem a razão nem os sentidos a decantam.

Quanto à termodinâmica, e nomeadamente a 2ª Lei que citou, confesso que não entendo a relação directa entre um sensor de infravermelhos e a entropia dos sistemas.

José Gonsalo disse...

Já agora, um pequeno àparte:
E dado que Santo Agostinho retoma (mas não copia) Platão, o que existe já no platonismo dessa concepção do tempo? Seria interessante rever a gnosiologia dele, demasiado esquecido pelo predomínio das análises superficiais dos aspectos políticos (incluindo a de Popper, que deveria ter tido mais honestidade nesse aspecto).

Vicente Ferreira da Silva disse...

Lidador,

Fez bem

Faz bem

Desculpe, mas o Samuel não explica nada. Descreve!

Deixe-me ver, "uma percepção do todo" segundo o universo aristotélico, presumo?
Pensei que o espaço e tempo encurvavam por causa da energia?

Compreendo que não entenda. Não é o único!

Mas espere. Vamos fazer uso da incerteza. Provavelmente, terá razão.

Agora, tratemos dos feridos.

Bem haja!

Carmo da Rosa disse...

Caríssimos intelectuais, toda esta questão se resume no conteúdo deste link:

http://www.youtube.com/watch?v=ur5fGSBsfq8

Vicente Ferreira da Silva disse...

Carmo da Rosa,

Fantástico!
Já está nos favoritos.