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sábado, 10 de janeiro de 2009

AS CONSEQUÊNCIAS DE VIVER PERTO DE GAZA…


Em Março do ano passado a tradutora de Hebraico-Neerlandês Helen Turin, habitante de Ashdod (40 km a norte de Gaza), cansada de ver chover foguetes Qassam em Israel, e de isto ter o apoio conivente de uma parte da esquerda holandesa, escreveu esta carta (ver em baixo a vermelho) que foi publicada em vários blogues cá da praça.


Cartoon de Ad Kolkman: "hè pá, tenta lá pôr-te no lugar do inimigo"

Para ilustrar o 'cansaço' da senhora veja-se por exemplo esta manifestação que teve lugar recentemente em Utreque: enquanto Harry van Bommel (digamos o Francisco Louçã holandês) visivelmente a medo titubeia o slogan mais neutral que conseguiu arranjar para a circunstância: INTIFADA INTIFADA, PALESTINA LIVRE, na fila logo a seguir, os salafistas locais empunhando cartazes com fotos de Nasrallah, Khomeini e outros democratas do género gritavam outras coisas bem mais giras: HAMAS HAMAS ALLE JODEN AAN HET GAS, que significa, Hamas Hamas, todos os judeus têm que ser gazeados... (O Harry vai passar um mau bocado no parlamento, porque mesmo o líder do seu partido, a muito boa Agnes Kant (ver foto à direita), achou que o slogan que o pobre do Harry arranjou no meio daquela confusão toda foi ‘infeliz’)


Helen Turin:

Há oito anos que os habitantes de Sderot e dos kibbutzim, que estão situados a menos de km e meio da faixa de Gaza, sofrem ataques quase diários de foguetes Qassam atirados a partir de Gaza. Nos últimos meses até mesmo a cidade costeira de Ashkelon (a 17 km a norte de Gaza) foi atingida por mísseis Gratt. A situação foi piorando de dia para dia e o Hamas chega cada vez mais longe com os seus foguetes e mísseis.

Foi um período exasperante, estes últimos 8 anos. Os habitantes de Sderot começaram a perder gradualmente os seus meios de subsistência: o pequeno comércio foi-se abaixo e na situação actual muitas fábricas fecharam. Além disso, os pais não deixam os filhos em casa sós e há muito tempo que as crianças de Sderot aprendem através da internet em vez de ir normalmente à escola.

Aqui em Ashdod (40 km a norte de Gaza) temos dias bons e dias maus. Morreu uma mãe de quatro filhos e mais pessoas ficaram feridas. Apesar de termos tido relativamente poucos alarmes, a maior parte das vezes 1-2 por dia, mas também temos dias de 4-5, não podemos pregar olho porque nunca se sabe quando é que vai tocar o alarme. Tão pouco se sabe onde vai cair o míssil. Já há gente que nas suas casas têm um quarto preparado como abrigo, o que a partir de agora vai ser obrigatório por lei. Mas há ainda muita gente que não tem. As pessoas que não têm um abrigo deste tipo em casa enfiam-se geralmente num quarto interior sem janelas, ou então, como eu o meu filho e os nossos vizinhos, debaixo das escadas do nosso prédio de três pisos.

As mães que, como eu e o meu filho, vivem em casas onde não há um abrigo e que por isso tem que ir a correr, por exemplo, para debaixo das escadas do prédio, estão sempre em estado de stress por falta de sono, impotência e constante preocupação. Durante o dia a coisa ainda vai, mas mal cai a noite temos medo de adormecer e não acordar os filhos a tempo para os arrastar em estado de sono para debaixo das escadas do prédio…

Tivemos um período de tréguas, mas no próprio dia em que este período terminou Ashkelon e Sderot sofreram uma chuva de foguetes e ficou tudo como dantes…

É preciso compreender uma coisa: o Hamas é quem põe e dispõe na faixa de Gaza, e mantêm a população em rédea curta. Toda a ajuda humanitária, apoios financeiros, carburante e o resto, passa primeiro pelas mãos do Hamas. Ao manter a população com fome, desempregada e sem educação, o Hamas tem a faca e o queijo na mão, e quem não colaborar com o Hamas leva um tiro. Nesta situação o resto da família é obrigada a escolher: trabalhar para o Hamas e ter de comer, ou não colaborar e passar fome!

O trabalho do Hamas consiste em cavar túneis (para fazer passar entre outras coisas armas), construir foguetes Qassam e rampas de lançamento, arranjar partes de casa para armazenar mísseis, e casas de onde os podem lançar em direcção de Israel. Outra grande parte dos mísseis e dos foguetes são armazenados em mesquitas…. Não se espantem, mas também em hospitais e escolas. Os ‘trabalhadores’ do Hamas andam nos hospitais disfarçados de bata branca como se fossem médicos ou enfermeiros! A aviação de Israel, que normalmente faz operações cirúrgicas, por muito cuidado que tenha dificilmente pode bombardear estes locais sem causar a morte de civis.

Todo o dinheiro que o Hamas recebe do estrangeiro, incluindo os 10 milhões de dólares que há três semanas receberam de Israel, não é destinado à população. Grande parte do dinheiro é gasto em mísseis vindos da China, acessórios para construir foguetes Qassam e adquirir outro tipo de mísseis vindos do Irão e da Síria. O dinheiro que sobra desaparece nos bolsos dos líderes do Hamas. Não é por nada que eles levam todos uma vidinha bastante próspera.

Se o Hamas se preocupasse realmente com a situação da população sob a sua tutela, utilizaria este dinheiro para construir escolas decentes, esgotos e hospitais. Ou para montar uma cadeia de negócios entre a faixa de Gaza e o Egipto, ou mesmo com Israel. Mas o Hamas é uma organização terrorista como o Hezbollah no Líbano que, com a ajuda do Irão e da Síria, têm como único objectivo riscar Israel do mapa. De outra forma não há explicação para o facto de armazenarem e dispararem mísseis a partir de casas de civis que têm pouco a ver com o assunto.

As pessoas perguntarão, mas porque razão os habitantes de Gaza suportam esta situação? Porque estão desempregados e têm fome… Mais uma vez, o Hamas só distribui alimentação a quem colabora com a organização… Aqueles que não colaboram com o Hamas ou, pior ainda, suspeitos de colaborar de alguma forma com Israel [ou com a Fatah. Trad.], são frequentemente mortos a tiro em praça pública como exemplo para o resto da população.

Ao financiar os terroristas do Hamas, a Europa e o resto do mundo, está implicitamente a dar-lhes autorização para comprar armas para riscar Israel do mapa. Se a Esquerda europeia está tão preocupada com os palestinos, não seria melhor, em vez de manter uma organização terrorista no poder, enviar profissionais para a faixa de Gaza com a perícia necessária para juntamente com a população local construir casas, hospitais, escolas e fábricas para que eles se tornem 100% independentes de Israel, e do Egipto, e do resto do mundo, podendo finalmente ganhar o pão trabalhando como faz toda a gente?

P.S. Vejam aqui as fotografias da manifestação de Lisboa tiradas pela e do site da Zabelinha. Noto que a manif em Lisboa foi bem mais soft que a de Utrecht.

14 comentários:

EJSantos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
EJSantos disse...

Olá Carmo da Rosa. Excelente texto. Por cá tenho tido algumas polémicas com conhecidos meus. Andam tão preocupados com a proporcionalidade... Inclusive várias pessoas deixaram de falar comigo! Quero que se quilhem. Prefiro remar contra a maré do que seguir na barca dos tolos.
Cumprimentos

Anónimo disse...

"do que seguir na barca dos tolos."

Provavelmente é o que eles também não querem. Daí o corte.

Carmo da Rosa disse...

ejsantos ”Andam tão preocupados com a proporcionalidade...”

Essa história da proporcionalidade é uma treta fácil de desmontar. Leia por exemplo a entrevista do Embaixador de Israel (creio num post do Ricardo).

Imaginemos a situação: O Hamas atira este mês 1000 foguetes, e Israel, depois da quantidade ter sido devidamente verificada pelas NU, manda outros tantos (da mesma fabricação para a coisa ser perfeitamente proporcional) para cima de Gaza!

Isso seria fazer precisamente o que o Hamas quer, que não tem mais nada para preencher o tempo do que a Jihad… E se nos ataques de Israel a Gaza morressem criancinhas melhor ainda, para o Hamas.

Mas Israel não é um bando de terroristas, e tem mais com que se entreter, por isso quer acabar com esta situação de uma vez – o que é perfeitamente normal.

Anónimo disse...

A proporcionalidade está garantida. O Hamas quer chacinar todos os Israelitas, destruir o país e afogá-los no Mediterrâneo. Trata-se de uma guerra total. Até a bomba Atómica poderiam usar.
Se tem medo da desproporção não provoquem.

Anónimo disse...

Mas Israel não é um bando de terroristas, e tem mais com que se entreter, por isso quer acabar com esta situação de uma vez – o que é perfeitamente normal.

?!
Normal é?! CR. Palavras sagradas a não esquecer de um senhor Adolfinho
de franja descaída e ridículo bigode, "acabar com a situação de uma vez". Felizmente não acabou!.

Carmo da Rosa disse...

Caro quê?!,

Israel quer acabar com A SITUAÇÃO, o Adolfinho queria acabar com a RAÇA. Duas coisas completamente diferentes…

Mas é evidente, pelo estilo e pelo conteúdo, que você não está muito interessado em argumentar nem ler precisamente o que está escrito, mas apenas procura coisas que, na sua mesquinhice, julga contraditórias… é pena!

Unknown disse...

"quantidade ter sido devidamente verificada pelas NU"

CdR, há aqui um ponto que merece um poste: a parcialidade escandalosa de uma miríade de ONG, incluindo algumas agências das Nações Unidas.

Já li umas coisas sobre isto, incluindo a linguagem pseudo-legal "crimes de guerra", "punição colectiva", etc,etc, e trata-se de uma estratégia. Não é por acaso. Tudo isto foi gizado na tristemente célebre conferência de Durban, "contra o racismo", e que redundou num impressionante fórum de antisemitismo. As ONG decidiram conscientemente usar este tipo de "denúncias", parodiando léxico legal, na prossecução de uma estratégia de deslegitimização de Israel.

Anónimo disse...

Israel quer acabar com A SITUAÇÃO, o Adolfinho queria acabar com a RAÇA. Duas coisas completamente diferentes…

Israel está a limpar a SITUAÇÃO, o
Adolfinho GA"Z"EAVA a RAÇA, o argumento não justifica o fim, a merda é a mesma, a linguagem entre 1940, e 2009 mudou para LIMPEZA pós-modernista, vai GÁZA!, e o resto são "casualidades". Li o que escreveu, e assim o transcrevo. Espero que tenha muito prazer nesta tarefa SITUACIONISTA - ma no troppo!- pois, pena seria!.

RioDoiro disse...

Quê:

"o argumento não justifica o fim,"

Essa já é velha. Todos os argumentos justificarão os fins, desde que sejam os seus.

Você encontrará, sem dificuldade, argumentos para "justificar" o comportamento nazi da esquerda folclórica e do Hamas.

.

Carmo da Rosa disse...

Caro quê?!,

Quando se coloca uma frase de outra pessoa é de regra colocá-la entre aspas ou em itálico, para que se perceba que não é você que afirma tal coisa. É apenas uma sugestão.

”Israel está a limpar a SITUAÇÃO, o Adolfinho GA"Z"EAVA a RAÇA, o argumento não justifica o fim,”

O que é que isto quererá dizer?

Que Israel está a limpar a situação (Gaza) de terroristas é óbvio, e é de elogiar, mas depois da vírgula, colocada a seguir à palavra SITUAÇÃO, peço imensa desculpa mas não percebo o resto da frase!!!
“O argumento não justifica o fim”. Qual argumento? Qual fim?

” a merda é a mesma, a linguagem entre 1940, e 2009 mudou para LIMPEZA pós-modernista,”

A linguagem mudou entre 1940 e 2009?

O que talvez tenha mudado é a sua linguagem, mas não a partir de 1940, esta mudança deve ser bem mais recente, mas certamente que em 2009 vai continuar a deliciar-nos com a sua prosa surrealista, em que você insiste em misturar conceitos (pós-modernista; casualidades; tarefa situacionista, etc), ou melhor, em distribuí-los arbitrariamente pelo seu texto de forma – talvez estética?

Anónimo disse...

Depois de alguma infidelidade e irregularidade das minhas visitas, passei pelo blog, li alguns textos na diagonal e parei no teu post. Informativo e muito interessante. Un saludo. EC

Carmo da Rosa disse...

Cara EC,

Ainda passei uns minutos largos a tentar saber quem estará por trás das letras EC..... uf, finalmente lá descobri.

beijinhos.

Carmo da Rosa disse...

EC,

Esqueci-me de te dizer uma coisa, tens que ver o vídeo colocado há pouco, "Obsession", e não na vertical mas com muita atenção. É longo mas vale a pena porque ficas a perceber tudo sobre a problemática do islão - dou garantias...

Beijinhos.