(recebido por e-mail)
Se os resultados dos exames do 9º e 12º anos foram tão bons;
Se as melhorias foram tão significativas;
Se não houve facilitismo;
Se as melhorias foram tão significativas;
Se não houve facilitismo;
Então os professores são fantásticos!!!
Porquê, assim, tanta pressa em avaliá-los?
Porquê, assim, tanta pressa em avaliá-los?
2 comentários:
Porque... a avaliação não serve para avaliar. De simplex em simplex mantém-se apenas o que se passa fora das salas de aula: a assiduidade, a sumariação dos programas, a animação cultural e a gestão da carreira. De pedagogia e didáctica, nicles.
A maneira mais fiável de se aquilatar até que ponto se aprende ou não nas escolas portuguesas é através da avaliação externa e isso é o que a OCDE faz de dois em dois anos. Competência científica, competência na leitura e competência matemática. E de dois em dois anos Portugal aparece lá para meio da tabela, entalado entre os Estados Unidos e a Itália, e nunca longe da Noruega e da Espanha.
Numa leitura mais fina chegam a conclusões interessantíssimas.
Os alunos testados são os 15 e 16 anos, em Portugal a frequentar do 7º ao 11º anos do ensino público e privado.
E os resultados não podiam ser mais elucidativos. Os que frequentam o 10º/11º anos do ensino secundário têm resultados muito acima da média da OCDE. Os alunos dentro da escolaridade obrigatória obtêm resultados muito abaixo. A média dos dois determina a posição global de Portugal no ranking.
Todos os responsáveis e interessados em Portugal sabem disto, fingem é que não é nada com eles. E sabem que os professores do 3º ciclo (obrigatório) e do ensino secundário (não obrigatório) são os mesmos, com a mesma formação e do mesmo quadro nacional.
O relatório esmiúça ainda mais e identifica alguns obstáculos: contrariamente ao que acontece nos países melhor colocados no ranking (Suécia, Finlândia, Singapura, Hong-Kong (China), em países como Portugal, Grécia, Turquia, México, existe uma relação directa entre os resultados mais baixos obtidos pelos alunos e os recursos culturais, educacionais e económicos das famílias.
Por qualquer razão que talvez não escape a ninguém, o governo português ignorou tudo o resto e aproveitou-se do ranking global para redesenhar a carreira docente mas não a prática docente, e com dois objectivos bem definidos:
- mascarar a situação em que vivem as escolas portuguesas, fingindo que é por incompetência própria que não salvam o país;
- poupar dinheiro à custa dos 'culpados' através de um ranking falsamente meticuloso.
Bem vinda de novo, ml.
Estou de acordo consigo, excepto num ponto: o da excelência da escolaridade obrigatória em sistemas de ensino como o sueco, por exemplo, que conheci, in loco, inclusivé, há uns anos atrás. Penso que ele é tão curricularmente deplorável como o é o nosso presentemente, com a diferença de contar com muitos mais recursos materiais e de o grau de civismo dos alunos ser incomparavelmente superior, o que lhes permite maior aproveitamento. Isso, porém, não impede o seu enorme grau de ignorância em relação ao que seria exigível de uma escola. Dizia um estudante japonês que lá tinha ido parar naqueles intercâmbios por um ano, com grandes engulhos dos professores suecos, que a matemática dada ali no último ano, tinha já ele aprendido no equivalente aos nossos 5º e 6º anos. Assim, não é difícil fazer figura nas tabelas da OCDE...
Quanto ao resto de que fala, remeto-a, caso não tnha lido, para um texto que inseri aqui, no FI, umas duas semanas atrás, "O Rabo de Fora - Os Intocáveis (1)" e que tenciono continuar um dia destes.
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