Said Siam, o líder do Hamas abatido ontem, chegou a ser professor numa dessas escolas da ONU em Gaza, e pode-se imaginar que tipo de coisas ensinava um homem conhecido pelo seu radicalismo e pela sua crueldade, temido ao ponto de, em 2007, centenas de palestinianos de Gaza terem procurado protecção, fugindo para o território da temida "entidade sionista".
Um obcecado antiamericano e um feroz anti-semita que não hesita em verbalizar constantemente o seu ódio a Israel.
Outra agência das Nações Unidas, o Conselho dos Direitos Humanos, (UNHRC) é ainda mais exótica. Criada há menos de 3 anos para substituir a completamente desacreditada Comissão dos Direitos Humanos, que se tinha transformado num fórum anti-semita, não tardou a seguir pelo mesmo caminho. Constituido por uma maioria de estados africanos, muçulmanos e sul-americanos, onde os direitos humanos são uma anedota, não tardou a abolir os Special Rapporteurs para Cuba, Bielorússia e Coreia do Norte, considerando que não há nada de preocupante nos direitos humanos, nesses países.
Em contrapartida criou um Special Rapporteur on Freedom of Expression, cuja missão principal, atribuída pelo grupo islâmico, é exactamente oposta à designação, e consiste basicamente em relatar os abusos da liberdade de expressão em matéria de ofensas à religião, particularmente o Islão.
A lista de proezas do UNHRC fala por si: em menos de 3 anos de existência, pronunciou-se 26 vezes, das quais 21 sobre Israel, como se neste pequeno país, onde existe uma democracia e um estado de direito, os direitos humanos estivessem mais ameaçados do que na generalidade dos países muçulmanos, na América do Sul, na Ásia ou na Africa.
Assim, enquanto Israel merece dezenas de "vigorosas condenações" o Sudão, que tem morto literalmente milhões de pessoas, fica-se com uma única e tímida "preocupação". Cuba, Arábia Saudita, China, Irão, etc, não estão sequer no radar deste organismo, apesar do total desrespeito destes países pelos mais elementares direitos humanos.
É também por estas razões que a ONU é cada vez menos levada a sério. Se um organismo que era suposto ser um repositório de uma certa ética nas relações internacionais, se degrada deste modo, as suas deliberações deslizam inevitavelmente para a irrelevância.
No fundo é a velha história de Pedro e o lobo.
3 comentários:
De Reinaldo Azevedo:
O PRINCIPAL INIMIGO DE ISRAEL NESTA GUERRA É A ONU
Israel enfrenta em Gaza um inimigo bem pior do que o Hamas: a ONU. Desde o início da reação defensiva do país, morreram 13 de seus cidadãos. O Hamas, por enquanto, é incompetente para matar: só não é mais efetivo porque não pode, não porque não queira — e porque suas vítimas potenciais sabem se defender. Vejam o caso do muro na Cisjordânia. Tantos foram os protestos, né? O fato é que os atentados suicida-homicidas foram reduzidos a praticamente zero. Pesquisem na Internet, e vocês encontrarão muitos conselheiros recomendando a Israel que desistisse do muro. Vocês sabem como há especialistas prontos a dizer como aquele país deve defender seus cidadãos... Mas volto ao ponto.
Procurem um só representante das Nações Unidas, com nome e sobrenome, que acuse o Hamas de fazer o que todos sabem que o Hamas faz, de modo documentado: usar civis como escudo. E vocês não encontrarão. Os tais comissários se converteram na frente política do Hamas. Enquanto os terroristas usam mesquitas, escolas e residências como esconderijo (para atacar às escondidas) e/ou depósito de armas e munição, todas as acusações se voltam contra o país que reage às agressões.
A acusação da hora é o uso do tal fósforo branco, substância proibida. Se Israel está, de fato, empregando o dito-cujo, é claro que isso tem de ser denunciado. O país nega. O bom senso evidencia que se deve proceder a uma investigação. Cadê? Ela aconteceu? Não! A ONU reporta relatos dos palestinos. Chega a ser estúpido indagar se não caberia investigar antes e acusar depois... Nesse confronto, como está claríssimo, as Nações Unidas têm lado.
E sabem por que é assim? Porque não existem mais Nações Unidas. O organismo está balcanizado hoje em conselhos, e sólidas democracias dividem espaço e voz com ditaduras as mais detestáveis. É o caso do Conselho dos Direitos Humanos. O que mais há no grupo são países em que não há direitos — humanos tampouco. Foi o grupo que condenou Israel, ontem, com a ajuda do Brasil. E que, dois anos atrás, preservou os genocidas do Sudão de qualquer censura. Vocês entenderam direito: os mesmos trogloditas que condenaram Israel pelo “massacre” de Gaza passaram a mão na cabeça do governo sudanês, que já havia matado 200 mil pessoas — hoje, o número passa de 300 mil.
Essa mesma ONU acusa a morte em penca de civis e não indaga, então, por que os há se os alvos de Israel são, porque são, selecionados. Boa parte do mundo parece se contentar com a versão de que os israelenses são mesmo perversos. Imaginem quantos seriam os mortos num ataque a esmo feito contra Gaza. Aliás, imaginem quantos eles seriam se Israel só se ocupasse da tal reação proporcional, como tantos querem: quantas teriam sido as vítimas fatais no ano passado se os israelenses tivessem apenas, digamos, retrucado os 1.386 foguetes que foram lançados contra seu território...
Daniel Ortega abusou sexualmente da filha adoptiva de 11 anos durante muitos anos seguidos. É com estes porcalhões que vamos vivendo.
Bom artigo, explica muita coisa sobre o funcionamento da ONU, que cada vez tem menos sentido. Quais seriam as implicações de criar uma ONUzinha só com países democráticos?
Para evitar o que também assinala o comentador Carlos / Reinaldo de Azevedo: ”Porque não existem mais Nações Unidas. O organismo está balcanizado hoje em conselhos, e sólidas democracias dividem espaço e voz com ditaduras as mais detestáveis.”
O perigo poderia ser as ditaduras deste mundo formarem um bloco aparte, certamente mais numeroso, mas também mais dividido. Talvez até mais dividido que a Liga Árabe, que nesta história de Gaza não consegue nem sequer convocar uma reunião!!!
@ Anónimo de 16 de Janeiro às 23:03:
”Daniel Ortega abusou sexualmente da filha adoptiva de 11 anos”
Talvez, mas isso não é um argumento contra tomadas de posição na ONU…
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