"Let's start by recognizing that trying to create a Palestinian Authority from the old PLO has failed and that any two-state solution based on the PA is stillborn,"
O autor da declaração é John Bolton, antigo embaixador dos EUA na ONU. Ele acrescenta que Gaza deve ser entregue ao Egipto (de que já fez parte), e os territórios árabes da margem ocidental entregues à Jordânia (de que também já fizeram parte).
Do ponto de vista político e legal, Israel tem toda a conveniência em passar o controlo de Gaza e dos seus 1.4 milhões de habitantes para o Egipto. Alias, já o tentou fazer antes.
Quanto à margem ocidental, esta eventualidade é aparentemente desvantajosa para Israel por questões óbvias de consolidação territorial.
Mas talvez nem tanto. A verdade é que a identidade política independente do conjunto dos enclaves árabes na margem ocidental têm sido afinal o principal fator da sustentabilidade demográfica e política destes territórios. Acresce que o atual 'status quo' é fonte acrescida de conflito e alimento de exposição mediática desfavorável.
Em Israel e nos EUA esta ideia deveria ser analisada com atenção. No fundo trata-se de confrontar duas alternativas:
Um Estado palestiniano encravado em Israel e com ressentimentos territoriais e políticos sempre latentes, ou; dois vizinhos árabes com enclaves territoriais, sem reclamações expansionistas, sem conflitos independentistas e com ligações diplomáticas estáveis.
It is quite gratifying to feel guilty if you haven't done anything wrong: how noble! (Hannah Arendt).
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Crise. Recessão. Depressão. Agora é que vai ser: os EUA vão entrar pelo cano e nós atrás deles. Talvez para a próxima. Para já, e pelo trigé...
4 comentários:
Egito e Jordãnia jamais aceitarão. A solução só pode partir de Israel, não tem jeito: é parte mais sã dessa história. Minha sugestão é que Israel radicalize e imponha aos ditos palestinos uma federação. Gaza e Cisjordânia se tornariam estados autônomos federados a Israel, mas com uma constituição semelhante a de Israel. Os judeus desses estados teriam os meos direitos dos árabes em Israel. Haveria três câmaras de deputados federais(gaza, cisjordania e israel) câmaras de deputados e um único Senado. Durante um determinado período, Israel se comprometeria com o desenvolvimento e construção desses estados, de modo a equilibrar o jogo econômico, e lhes garantiria a segurança contra essas quadrilhas q hoje os dominam. Se buscaria formar uma elite árabe ocidentalizada, mais ou menos nos moldes pretendidos pelos EUA no Iraque.
Não seria tão dificil demonstrar aos ditos palestinos não querem nem nunca vão querer nada com eles.
Caro AC
Na verdade a sua ideia já está a funcionar em Israel embora em pequena escala.
Os árabes israelitas, cerca de 20% da população, já hoje elegem membros do parlamento israelita através do voto em partidos árabes. O certo é que alguns desses deputados são assanhados adversários de Israel e não hesitam em louvar os terroristas islâmicos, desde logo os de Gaza.
Agora, imagine que 20% de transformam em 50% dos votos. Isto significava a inviabilização de Israel tal como o conhecemos.
Israel falhou, e continua a falhar, na integração plena das novas gerações de cidadãos de ascendência árabe. Muito disto acontece por haver um sistema escolar diferenciado para árabes, reivindicação conjunta dos lideres árabes israelitas e de ultra conservadores judeus.
... a re-integração da Cisjordânia na Jordânia é uma ideia sedutora, mas aparentemente inviável.
É na Cisjordânia - e não em Gaza, Haifa ou mesmo Telavive - que estão concentrados os cenários bíblicos (Hebron, Nablus, Belém, etc.), a terra espiritual.
Depois da Guerra dos Seis Dias, o poder político israelita - inebriado com a vitória tão clara como inesperada - permitiu a instalação de colonatos na Cisjordânia (prática que se mantém hoje, já noutro contexto).
Se juntar as peças - importância espiritual + milhares de colonos (alguns radicais, veja-se o que se passou há semanas em Hebron) + Irão a crescer e a apoiar o Hamas em Gaza - perceberá que, infelizmente, a ideia não tem pernas para andar, pelo menos num horizonte vislumbrável.
Sobra a pergunta milionária: num cenário em que os palestinianos dão tiros nos pés e estão sem liderança e em que Israel mantém a política de construção de colonatos o que poderá, então, resultar?...
(p.s. parabéns pelo blog)
Caro Bruno
A ideia não é a integração da Cisjordânia na Jordânia, mas apenas daquilo que atualmente são os enclaves administrados pela AP na Cisjordânia, o que representa cerca de 1/3 da Cisjordânia inicial, aquele que efetivamente é habitada por árabes.
Quanto à sua pergunta milionária; O cenário que descreve é em alguma medida o que se está a passar. A construção de colonatos, continuando ou não, já começa a ser pouco importante na medida que os os enclaves árabes estão claramente delimitados. Abandonar os tais 2/3 da Cisjordânia israelita só poderia ser um gesto suicida, não parece que alguma vez possa vir a acontecer.
As questões em torno deste assunto são como as cerejas.
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